A Web e o Oxigênio


Estava ontem lendo um texto da revista Marketing #387 e me deparei com um artigo de um dos colunistas que falava que todo mundo é viciado em Internet. Ele explica em como as pessoas mudaram seus hábitos depois da grande rede e que hoje passam uma mensagem pelo MSN para seu colega da mesa ao lado pra chamar ele pra ir almoçar.

O tal colunista deve ser um viciado em mídias digitais. Chego a pensar que quando ele descreve tudo aquilo, fala de sí. Não concordo com esta maneira de pensar. A Internet veio pra nos humanizar. É claro que houve - e sempre há - esse boom inicial onde as pessoas se vislumbram com a coisa toda. Foi assim no inícil da década passada e sempre é assim com os novos usuários que estão descobrindo a Web.

Fazem como as crianças quando se lambuzam com doces e chocolates sempre que tem oportunidade porque não é sempre que os pais deixam. Mas elas também enjoam. Por isso eu tenho certeza que isso passa. Me iniciei na internet em 1996, portanto há 10 anos. Nesta época também passava as madrugadas fuçando a rede só pelo prazer de estar nela. Não existia praticamente nada em português. Mas dava um prazer enorme estar navegando no maravilhoso Netscape.

Hoje vejo a rede como uma plataforma, uma ferramenta (e que ferramenta ein?), um canivete suíço elevado a uma potência infinita. Aos poucos isso tudo se tornará mais claro e esse boom todo irá passar. São coisas de nosso Brasil em desenvolvimento que precisa ao máximo acelerar a inclusão digital para que não tenhamos booms sobre booms. Veremos esta efervecência se dissipar e o que vai ficar quando a poeira baixar? Na minha opinião serão usuários concientes do verdadeiro papel da grande rede.

A rede será para nós humanos como o oxigênio. Presente em todos os lugares, porém, invisível (adeus fios) e absolutamente indispensável. Mas sem os viciados, por favor, né? Ou alguém já viu alguém sentir prazer apenas respirando?

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